Levantamento nacional mostra que estabelecimentos sofrem com a inflação e acumulam dívidas com impostos e empréstimos
De acordo com a mais recente pesquisa da Abrasel, o faturamento do setor de bares e restaurantes registrou crescimento em 2022. Quase dois terços das empresas (61%) apresentaram aumento em relação a dezembro de 2021, enquanto 18% tiveram desempenho inferior e 12% ficaram estáveis.
No entanto, 16% das empresas continuam trabalhando com prejuízo, o que se deve a dívidas, custo de folha e inflação (outros 49% tiveram lucro e 35% ficaram em equilíbrio).
A pesquisa também apontou que 36% dos empresários afirmam ter tido um faturamento maior do que a inflação em 2022. Já 63% esperam um aumento do faturamento em 2023 acima da projeção de inflação de 5,36%. Quanto ao reajuste de preços, 46% dos entrevistados estão ajustando conforme a média da inflação, enquanto 22% fizeram ajustes abaixo do índice.
De acordo com a pesquisa, 70% das empresas têm hoje empréstimos contratados, com inadimplência de 26% entre aqueles que tomaram dinheiro de linhas regulares e de 21% entre aqueles que aderiram ao PRONAMPE. O endividamento é alto, com 38% dos entrevistados afirmando ter pagamentos em atraso, sendo 90% devendo impostos federais, 58% impostos estaduais, 29% encargos trabalhistas, 26% serviços públicos e 19% têm dívidas em taxas municipais.
“Com um leve aquecimento da economia, gerado por um final de ano aquecido e a alta turística no estado, o setor consegue recuperar o faturamento aos poucos. Ainda é preciso dar atenção aos negócios que seguem trabalhando com prejuízos, pois a dificuldade de manter esses bares e restaurantes funcionando acaba gerando atrasos de pagamentos principalmente de impostos, encargos e empréstimos contratados durante a pandemia, tardando planos de investimento e expansão, mesmo num momento de alta na demanda. Outro fator que está prejudicando os resultados, é a falta de repasse integral dos custos, que devido a inflação, aumentou drasticamente o valor de alimentos e bebidas.” diz o presidente da Abrasel no RN, Paolo Passarielo.
Emprego com viés de alta
Em relação às contratações, o setor está otimista quanto ao desempenho no ano. Quase um terço dos empresários consultados (27%) pretendem aumentar o quadro de funcionários em 2023. Outros 54% esperam manter o quadro, enquanto apenas 14% esperam reduzir o número de funcionários.